
A cirurgia para pedra na vesícula está cada vez mais avançada. Menos invasivo e mais seguro, o procedimento cirúrgico tem se mostrado bastante eficaz e, em muitos casos, altamente recomendado.
A vesícula biliar é um órgão situado junto ao fígado, sendo importante no processo de digestão. Sua principal função é armazenar uma porção de bile – substância produzida pelo fígado, que atua na digestão de gorduras – e liberá-la para o intestino delgado após as refeições.
Quando se formam as pedras na vesícula, o paciente pode sentir dores e incômodos significativos.
Quer entender melhor como tratar esse problema?
Confira, neste artigo, por que essas pedras se formam e como funciona a cirurgia para pedra na vesícula. Boa leitura!
Como se formam as pedras na vesícula?
Também chamada de cálculo biliar ou colelitíase, a pedra na vesícula se forma devido à precipitação de alguns componentes da bile, que é formada por sais biliares, bilirrubina, colesterol e água.
Quando há algum desequilíbrio na concentração dos componente ou a movimentação da vesícula se torna mais lenta, os componentes se precipitam formando pequenos cristais.
À medida em que esses cristais crescem, eles se tornam os cálculos biliares, que ficam flutuando na bile. Com a movimentação dessas pedras, o paciente pode ter sintomas e complicações.

Causas e sintomas
O surgimento de pedra na vesícula pode ser causado por alguns fatores de risco, como:
- Hereditariedade;
- Obesidade;
- Sexo feminino;
- Idade acima de 40 anos;
- Gestação;
- Ganho ou perda de peso excessivos;
- Paciente que realizou cirurgia bariátrica (perda de peso excessivos).
Na maioria das vezes, a presença dos cálculos é assintomática, sendo encontrada em exames de rotina. No entanto, os principais sintomas de pedra na vesícula, quando aparecem, são:
- Cólica biliar após refeições ricas em gordura;
- Dor forte do lado direito do abdômen e abaixo das costelas, podendo irradiar para as costas;
- Desconforto abdominal, incluindo gases e inchaço;
- Náuseas e vômitos.
Complicações importantes
Além dos sintomas, o paciente com pedra na vesícula pode ter complicações importantes. Uma delas é a colecistite aguda, situação em que o cálculo obstrui completamente a passagem da bile, causando inflamação da vesícula, dor, cólica e até febre.
Outra possível complicação é a pancreatite aguda, quando o cálculo sai da vesícula, indo dos canais principais da bile até o intestino.
Nessa passagem, existe uma estrutura chamada papila duodenal, na qual desemboca o canal do pâncreas – o ducto pancreático.
Chegando, então, a essa região, o cálculo causa uma grave inflamação.
Como funciona a cirurgia?
Na maioria dos casos de pedra na vesícula, a medicina tem observado que o melhor tratamento é o cirúrgico, já que o uso de medicamentos para dissolver os cálculos não mostrou resultados eficazes.
O procedimento cirúrgico, chamado de colecistectomia, consiste na remoção da vesícula biliar com as pedras. Tecnicamente, não é viável retirar apenas os cálculos. Além disso, novas pedras podem se formar em pouco tempo, sendo recomendável, portanto, retirar todo o órgão.
A remoção da vesícula pode ser feita de duas maneiras:
- Via aberta: este é o método tradicional, em que se faz uma incisão de 10 a 15 cm do lado direito do abdômen, abaixo das costelas;
- Via laparoscopia: com 3 ou 4 pequenos furos de 0,5 cm no abdômen, a cirurgia é feita com a utilização de uma câmera e o auxílio de pinças.
Atualmente, a técnica via aberta é pouco utilizada. A cirurgia laparoscópica é mais avançada, possibilitando um tempo de recuperação mais rápido e menor risco de complicações. Por isso, hoje em dia é o procedimento cirúrgico mais usado.
Os riscos desta cirurgia são mínimos, principalmente se feita antes de maiores complicações.
Como na maioria das cirurgias, o que pode ocorrer são dores no local, sangramento e, por vezes, infecções.
Quando a cirurgia é recomendada?
A cirurgia para pedra na vesícula é sempre recomendada nos pacientes sintomáticos ou que já tiveram alguma complicação relacionada aos cálculos.
Porém atualmente há uma tendência a indicar o procedimento na maior parte dos pacientes ao diagnóstico. Isso porque a laparoscopia é muito segura e minimamente invasiva, possibilitando uma excelente recuperação ao paciente. Além disso com o envelhecimento da população o risco de uma crise ao longo da vida acaba sendo maior.
Isso significa que os benefícios da cirurgia são preferíveis a deixar o paciente correr o risco de complicações. Sendo assim, a cirurgia é indicada para casos de:
- Colecistite aguda;
- Pancreatite aguda;
- Evidência de cálculo nos canais principais da bile;
- Pacientes assintomáticos, caso não haja outros fatores de risco clínico pesados os riscos / benefícios.
A cirurgia só não é indicada para pacientes com condições graves de saúde, como doença cardiovascular e cirrose hepática.
Como é o pós-operatório?
O tempo de recuperação é rápido e o pós-operatório é simples. O paciente recebe alta hospitalar no dia seguinte ao da cirurgia. É recomendado repouso e dentro de 4 dias já é possível voltar às atividades normalmente. Apenas recomenda-se, em caso de atividade física intensa, aguardar pelo menos 20 dias.
Depois da cirurgia, o paciente também pode ter alterações no intestino, que fica mais solto, causando diarreia. Contudo, em até 6 meses esses efeitos melhoram naturalmente.